Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
A seita dos trinta
O manuscrito original pode ser consultado na Biblioteca de Leiden; está em latim mas helenismos vários justificam a conjectura de o terem traduzido do grego. Segundo Leisegang, data do século quarto da era cristã. De passagem Gibbon menciona-o numa das notas do capítulo décimo quinto do seu "Decline and Fall". Reza o autor anónimo:
...« A Seita nunca foi numerosa e já são raros os seus prosélitos. Dizimados pelo ferro e pelo fogo, dormem na berma dos caminhos ou nas ruínas que a guerra perdoou, já que vedado lhes é construir habitações. Costumam andar do conhecimento geral; proponho-me agora sua doutrina e s seus hábitos. Discuti com os mestres da Seita, demoradamente, e não consegui convertê-los à Fé do Senhor.
«Atraiu logo a minha atenção a diversidade dos pareceres que têm sobre os mortos. Julgam os mas incultos que os espíritos de quem deixou esta vida se encarregam de os enterrar; outros, que à letra se não agarram, que a repreensão de Jesus: Deixa que os mortos enterrem os seus mortos condena a vaidade pomposa dos nossos ritos fúnebres.
«O conselho de vender o que temos, e dá-lo aos pobres, é rigorosamente acatado por todos; os primeiros beneficiados dão-no a outros, e estes a outros. Assim ficam suficientemente explicadas a inteligência e a nudez que os avizinha, também, do estado paradisíaco. Repetem com fervor estas palavras: Olhai os corvos, que não semeiam nem ceifam; que não têm celeiro nem guarda de celeiro, e Deus alimenta-os. Quanto mais valiosos não sois do que as aves? O texto prescreve a poupança: Se Deus veste a erva que existe hoje no campo, e amanhã é lançada ao forno, quanto mais vós, homens de pouca fé? Não procureis o que comer, o que beber; nem viveis em ansiosa perplexidade.
«O preceito: Quem olha uma mulher, para cobiçá-la, já com ela praticou o adultério no seu coração é um iniludível conselho de pureza. Muitos sectários, porém, afirmam que não existe homem debaixo dos céus isento desse olhar de cobiça deitado a uma mulher, e já todos praticámos, portanto, o adultério.
Como o desejo não é menos culposo do que o acto, podem os justos praticar sem risco o exercício da mais desbragada luxúria.
«A Seita evita as igrejas; os seus doutores pregam ao ar livre, de cima de um outeiro ou de um muro, às vezes de um barco em terra.
«O nome da Seita suscitou bem acesas conjecturas. Pretende uma delas que traduz o número a que os fiéis se reduziram, coisa irrisória mas profética pois a Seita, dada a perversa doutrina que perfilha, está predestinada a morrer. Outra fá-lo derivar da altura da arca, que era de trinta côvados;outra, falseando a astronomia, do número de noites que é a soma de cada mês lunar; outra do baptismo do Salvador; outra dos anos de Adão quando surgiu do pó vermelho. Todas são igualmente falsas. E não menos mentiroso é o catálogo de trinta divindades ou tronos, um deles Abraxas representando com cabeça de galo, braços e torso de homem, com um remate de serpente enroscada.
«Sei a Verdade mas não posso discorrer sobre a Verdade. O inapreciável dom de transmiti-la não me foi concedido. Que outros, mais felizes do que eu, salvem os sectários pela palavra. Pela palavra ou pelo fogo. Mais vale sermos executados do que matar-nos. Por isso vou limitar-me à exposição desta abominável heresia.
«O Verbo fez-se carne para ser homem entre os homens que iriam entregá-lo à cruz, e ser por Ele redimidos. Nasceu do ventre de uma mulher do povo eleito, não só para pregar o amor como sofrer o martírio.
«Era preciso que as coisas fossem inesquecíveis. A morte de um ser humano pelo ferro ou pela cicuta não bastava para ferir a imaginação dos homens até ao fim dos dias.
O Senhor preparou os factos de uma forma patética. Assim se explicam a última ceia, as palavras de Jesus que pressagiam a entrega, o repetido sinal a um dos discípulos, a benção do pão e do vinho, o suor parecido com sangue, as espadas, o beijo que atraiçoa, o Piltos que lava as mãos, a flagelação, o escárnio, os espinhos, a púrpura e o ceptro de caniço, o vinagre com fel, a Cruz no alto de uma colina, a promessa ao bom ladrão, a terra que treme e as trevas.
«A misericórdia divina, à qual tantas graças devo, permitiu-me descobrir a razão autêntica e secreta do nome da Seita. Em Kerioth, onde é verosímil que ela tenha nascido, perdura um conventículo alcunhado dos Trinta Dinheiros. Foi este o primitivo nome, que nos dá a chave. Na tragédia da Cruz - com a devida reverência o escrevo - houve actores voluntários e involuntários, todos imprescindíveis, todos fatais. Foram involuntários os sacerdotes que entregaram os dinheiros de prata, involuntária foi a plebe que escolheu Barrabás, involuntário o procurador da Judeia, involuntários foram os romanos que levantaram a Cruz do Seu martírio e pregaram os cravos e jogaram aos dados. Voluntários só dois: o Redentor e Judas. Este rejeitou as trinta moedas, que eram preço da salvação das almas, e a seguir enforcou-se. Na altura tinha trinta e três anos como o Filho do Homem. A Seita venera-os por igual e absolve os outros.
«Não existe só um culpado; convicto ou não, ninguém há que não seja executor do plano que a Sabedoria traçou. Agora todos partilham a glória.
«A minha mão não resiste a escrever outra coisa abominável. Ao cumprir a idade assinalada, deixam os iniciados que escarneçam deles e os crucifiquem no alto de um monte para seguirem o exemplo dos seus mestres.
Esta criminosa violação do quinto mandamento deve ser reprimida com o rigor sempre exigido pelas leis humanas e divinas. Que as maldições do Firmamento, que o ódio dos anjos»...
Não se encontra o fim do manuscrito.
...« A Seita nunca foi numerosa e já são raros os seus prosélitos. Dizimados pelo ferro e pelo fogo, dormem na berma dos caminhos ou nas ruínas que a guerra perdoou, já que vedado lhes é construir habitações. Costumam andar do conhecimento geral; proponho-me agora sua doutrina e s seus hábitos. Discuti com os mestres da Seita, demoradamente, e não consegui convertê-los à Fé do Senhor.
«Atraiu logo a minha atenção a diversidade dos pareceres que têm sobre os mortos. Julgam os mas incultos que os espíritos de quem deixou esta vida se encarregam de os enterrar; outros, que à letra se não agarram, que a repreensão de Jesus: Deixa que os mortos enterrem os seus mortos condena a vaidade pomposa dos nossos ritos fúnebres.
«O conselho de vender o que temos, e dá-lo aos pobres, é rigorosamente acatado por todos; os primeiros beneficiados dão-no a outros, e estes a outros. Assim ficam suficientemente explicadas a inteligência e a nudez que os avizinha, também, do estado paradisíaco. Repetem com fervor estas palavras: Olhai os corvos, que não semeiam nem ceifam; que não têm celeiro nem guarda de celeiro, e Deus alimenta-os. Quanto mais valiosos não sois do que as aves? O texto prescreve a poupança: Se Deus veste a erva que existe hoje no campo, e amanhã é lançada ao forno, quanto mais vós, homens de pouca fé? Não procureis o que comer, o que beber; nem viveis em ansiosa perplexidade.
«O preceito: Quem olha uma mulher, para cobiçá-la, já com ela praticou o adultério no seu coração é um iniludível conselho de pureza. Muitos sectários, porém, afirmam que não existe homem debaixo dos céus isento desse olhar de cobiça deitado a uma mulher, e já todos praticámos, portanto, o adultério.
Como o desejo não é menos culposo do que o acto, podem os justos praticar sem risco o exercício da mais desbragada luxúria.
«A Seita evita as igrejas; os seus doutores pregam ao ar livre, de cima de um outeiro ou de um muro, às vezes de um barco em terra.
«O nome da Seita suscitou bem acesas conjecturas. Pretende uma delas que traduz o número a que os fiéis se reduziram, coisa irrisória mas profética pois a Seita, dada a perversa doutrina que perfilha, está predestinada a morrer. Outra fá-lo derivar da altura da arca, que era de trinta côvados;outra, falseando a astronomia, do número de noites que é a soma de cada mês lunar; outra do baptismo do Salvador; outra dos anos de Adão quando surgiu do pó vermelho. Todas são igualmente falsas. E não menos mentiroso é o catálogo de trinta divindades ou tronos, um deles Abraxas representando com cabeça de galo, braços e torso de homem, com um remate de serpente enroscada.
«Sei a Verdade mas não posso discorrer sobre a Verdade. O inapreciável dom de transmiti-la não me foi concedido. Que outros, mais felizes do que eu, salvem os sectários pela palavra. Pela palavra ou pelo fogo. Mais vale sermos executados do que matar-nos. Por isso vou limitar-me à exposição desta abominável heresia.
«O Verbo fez-se carne para ser homem entre os homens que iriam entregá-lo à cruz, e ser por Ele redimidos. Nasceu do ventre de uma mulher do povo eleito, não só para pregar o amor como sofrer o martírio.
«Era preciso que as coisas fossem inesquecíveis. A morte de um ser humano pelo ferro ou pela cicuta não bastava para ferir a imaginação dos homens até ao fim dos dias.
O Senhor preparou os factos de uma forma patética. Assim se explicam a última ceia, as palavras de Jesus que pressagiam a entrega, o repetido sinal a um dos discípulos, a benção do pão e do vinho, o suor parecido com sangue, as espadas, o beijo que atraiçoa, o Piltos que lava as mãos, a flagelação, o escárnio, os espinhos, a púrpura e o ceptro de caniço, o vinagre com fel, a Cruz no alto de uma colina, a promessa ao bom ladrão, a terra que treme e as trevas.
«A misericórdia divina, à qual tantas graças devo, permitiu-me descobrir a razão autêntica e secreta do nome da Seita. Em Kerioth, onde é verosímil que ela tenha nascido, perdura um conventículo alcunhado dos Trinta Dinheiros. Foi este o primitivo nome, que nos dá a chave. Na tragédia da Cruz - com a devida reverência o escrevo - houve actores voluntários e involuntários, todos imprescindíveis, todos fatais. Foram involuntários os sacerdotes que entregaram os dinheiros de prata, involuntária foi a plebe que escolheu Barrabás, involuntário o procurador da Judeia, involuntários foram os romanos que levantaram a Cruz do Seu martírio e pregaram os cravos e jogaram aos dados. Voluntários só dois: o Redentor e Judas. Este rejeitou as trinta moedas, que eram preço da salvação das almas, e a seguir enforcou-se. Na altura tinha trinta e três anos como o Filho do Homem. A Seita venera-os por igual e absolve os outros.
«Não existe só um culpado; convicto ou não, ninguém há que não seja executor do plano que a Sabedoria traçou. Agora todos partilham a glória.
«A minha mão não resiste a escrever outra coisa abominável. Ao cumprir a idade assinalada, deixam os iniciados que escarneçam deles e os crucifiquem no alto de um monte para seguirem o exemplo dos seus mestres.
Esta criminosa violação do quinto mandamento deve ser reprimida com o rigor sempre exigido pelas leis humanas e divinas. Que as maldições do Firmamento, que o ódio dos anjos»...
Não se encontra o fim do manuscrito.
Conto de Jorge Luís Borges, incluído no livro "O Livro de Areia", Trd. Aníbal Fernandes, Ed. Livro B, Editorial Estampa
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domingo, 28 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
Escolhas literárias de 2008(1)
" El placer de los paraísos perdidos ", escolha dos 10 melhores livros publicados em 2008, em Espanha. Segundo a selecção dos críticos e colaboradores da Babelia, suplemento cultural do "El País".
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Em 33 rotações
" O disco chega ao fim. A agulha ergue-se e o braço regressa ao seu suporte. O empregado do bar aproxima-se do gira-discos para mudar o 33 rotações. Levanta com todo o cuidado o LP de vinil e guarda-o dentro da respectiva capa. Depois tira outro, examina a superfície à luz e coloca-o em cima do prato. Carrega no botão e a agulha desce sobre o disco. Ouve-se um leve arranhar, após o que «Sophisticated Lady» de Duke Ellington começa a tocar. Ouve-se um solo calmo de Harry Carney no clarinete baixo. O barman move-se com todo o vagar, fazendo com que o tempo no bar se escoe a um ritmo muito próprio.
Mari pergunta ao homem:
- Só põe a tocar discos de vinil?
- Não gosto de CD - responde ele.
- Porquê?
- São demasiado brilhantes.
Kaoru mete a sua colherada.
- Por acaso é algum corvo ou quê?
- Com o vinil, a chatice é ter de estar sempre a mudar o disco - diz Mari.
O barman ri-se.
- Repare, estamos a meio da noite. Não há comboios até de manhã. Qual é a pressa?
Excerto de " After Dark/Os passageiros da Noite ", de Haruki Murakami, Trd. Maria João Lourenço, Ed. Casa das Letras
Sophisticated Lady - Duke Ellington e Harry Carney no clarinete baixo.
Mari pergunta ao homem:
- Só põe a tocar discos de vinil?
- Não gosto de CD - responde ele.
- Porquê?
- São demasiado brilhantes.
Kaoru mete a sua colherada.
- Por acaso é algum corvo ou quê?
- Com o vinil, a chatice é ter de estar sempre a mudar o disco - diz Mari.
O barman ri-se.
- Repare, estamos a meio da noite. Não há comboios até de manhã. Qual é a pressa?
Excerto de " After Dark/Os passageiros da Noite ", de Haruki Murakami, Trd. Maria João Lourenço, Ed. Casa das Letras
Sophisticated Lady - Duke Ellington e Harry Carney no clarinete baixo.
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
A menopausa
Fui chamado com urgência a casa dos veneráveis senhores de Ordeaz. A Menina Rosalía, a mais robusta e alta daquela casa, uma jovem com ar de comandante em vias de promoção, encontrava-se em pleno delírio de alegria, a dançar diante dos espelhos... E logo ela, que era tão formal!
Fui dar com ela, de facto, envergando um roupão solto e uma simples combinação, rindo à gargalhada, sentada num baloiço. Uma autêntica cena de pátio andaluz em dia de Verão, cuja origem só poderia residir nalgum acontecimento muitíssimo agradável.
- Estará louca? - perguntaram-me os pais, consternados. - Os médicos que a viram disseram que endoideceu de todo e que vai ser preciso interná-la...
- Nada disso - respondi-lhes eu -; os senhores devem é associar-se ao acontecimento que ela hoje festeja...
Coitada! Está hoje a despedir-se da vida passada, hoje que a sua vida genésica acabou... A natureza celebra a sua última festa, aquilo a que em Medicina se chama menopausa... Tragam doçarias, pastéis e umas garrafas de xerez...
É preciso embebedá-la e fazer que depois durma o longo e restaurador sono dos bêbados.
Capítulo de " O médico inverosímil ", de Ramón Gómez de la Serna, Trd. Júlio Henriques, Ed. Antígona
Fui dar com ela, de facto, envergando um roupão solto e uma simples combinação, rindo à gargalhada, sentada num baloiço. Uma autêntica cena de pátio andaluz em dia de Verão, cuja origem só poderia residir nalgum acontecimento muitíssimo agradável.
- Estará louca? - perguntaram-me os pais, consternados. - Os médicos que a viram disseram que endoideceu de todo e que vai ser preciso interná-la...
- Nada disso - respondi-lhes eu -; os senhores devem é associar-se ao acontecimento que ela hoje festeja...
Coitada! Está hoje a despedir-se da vida passada, hoje que a sua vida genésica acabou... A natureza celebra a sua última festa, aquilo a que em Medicina se chama menopausa... Tragam doçarias, pastéis e umas garrafas de xerez...
É preciso embebedá-la e fazer que depois durma o longo e restaurador sono dos bêbados.
Capítulo de " O médico inverosímil ", de Ramón Gómez de la Serna, Trd. Júlio Henriques, Ed. Antígona
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Ramón Gómez de la Serna
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
"...ninguém conhece a dor de ninguém, os maus pensamentos de ninguém, e na azamboada cabeça do criminoso atropelam-se as orgulhosas desculpas, os tímidos e nervosos argumentos, é fácil transformar um homem normal e pachorrento num criminoso, basta colocar-lhe uma arma na mão e convencê-lo de que Deus está com ele e ele com os serenos desígnios de Deus, os crimes desenham-se com muita nitidez na cabeça do criminoso, o mau é o testemunho do cauteloso espião de Deus,..."
Excerto de " Madeira de Buxo ", de Camilo José Cela, Trd. Luís Filipe Sarmento
Excerto de " Madeira de Buxo ", de Camilo José Cela, Trd. Luís Filipe Sarmento
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Três tristes tigres
«É objectivamente quem melhores condições tem para defrontar António Costa», afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no final de um debate, em Rio Maior sobre a qualidade da democracia, com o ex-presidente Jorge Sampaio e moderado pelo ex-líder do PSD Marques Mendes, organizado pela distrital de Santarém dos sociais-democratas. O ex-presidente do PSD disse que o resultado de Santana, seu antigo adversário em vários congressos do Partido, dependerá de uma eventual coligação com o CDS-PP e de António Costa, o actual autarca, ter «uma lista forte à esquerda». Sol Online, 17/12/2008
Três Tristes Tigres - " O mundo a meus pés "
Triste democracia portuguesa. Vejam a qualidade destes pensadores. Três profissionais da política. Nos últimos 30 anos foram poder e nada fizeram para dar qualidade à democracia.
E, a retórica é sempre a mesma. O texto acima transcrito, podia ter sido escrito em 1988 ou 1998 exactamente com as mesmas palavras e os mesmos protagonistas.
Falam do Pedro, político omnipresente, eterno descendente de Sá Carneiro(o nosso Kennedy). E, hoje falam bem. Em 2005, diziam cobras e lagartos do homem.
Em resumo:
Estes três ilustres crâneos - que não dormem de tanto pensar - concluíram que para a qualidade da democracia o melhor é dar ao Pedro a Câmara de Lisboa.
Três Tristes Tigres - " O mundo a meus pés "
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
O mal é uma banalidade
Fotografia da Life(1917)
" Não era daqueles que mal chegavam a todo aquele caos de violência ficavam impacientes por se lançarem ao barulho, daqueles que não regulavam muito bem ou eram muito agressivos por natureza e a quem bastava a mais pequena oportunidade para ficarem loucos violentos. Havia um tipo na sua unidade, um indivíduo a quem chamavam Calmeirão, que um ou dois dias depois de chegar abrira o ventre de uma mulher grávida. Farley só começara a tornar-se bom naquilo no fim da sua primeira vez. Mas na segunda, naquela unidade onde havia uma quantidade de outros tipos que também tinham voltado e não o haviam feito apenas para matar tempo ou ganhar umas massas extra, naquela segunda vez na companhia de tipos sempre ansiosos para serem postos na frente, tipos chalados que tinham consciência do horror mas sabiam que era o melhor momento das suas vidas, tornou-se também chalado, igual a eles. Debaixo de fogo, a fugir do perigo, com armas a disparar por todos os lados, é impossível não sentir medo, mas um tipo pode passar-se e ficar eufórico e temerário, e por isso, na segunda vez, ele passou-se. Na segunda vez apoderou-se dele o frenesi da fúria e espalhou o caos e a destruição. Estar ali à beira do abismo, a todo o gás, ébrio de excitação e medo: não há na vida civil nada que se possa comparar a isso. "
Excerto de " A Mancha humana ", de Philip Roth, Trd. Fernanda Pinto Rodrigues
" Uma multidão de soldados alinhados transforma-se em mancha; um erva preta com capacete por cima; uma erva com a cabeça dilatada, mas estúpida, como caíste no erro de querer defender o abstracto?
Uma prostituta despiu-se à frente do soldado mantendo as meias pretas.
- Tens cancro?
A prostituta encontra-se nua, nua em frente de um soldado que ainda não desapertou sequer um botão, um soldado que tem uma arma e força; e tem dinheiro e ela não, e tem o poder de ainda permanecer vestido, de não parecer ridículo, porque a prostituta é ridícula, não é bonita nem feia, é ridícula, meias pretas de sedutora, a anca para fora à sedutora, mas é ridícula, gorda em sítios ridículos, posições exageradas.
E foi ela que perguntou:
- Tens cancro?
O soldado não tem cabelo, mas tem uma arma. Quando tirou o capacete mostrou que não tinha cabelo, e quando retirou a arma do cinto mostrou que tinha arma.
- Pareces doente com essa careca."
Excerto de " As ervas daninhas ", de Gonçalo M.Tavares
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...
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
Pasolini: Um escritor sem barreiras*
*«Não é fácil dar conta da produção de Pier Paolo Pasolini, um dos mais fecundos intelectuais italianos de século XX. Poeta, ficcionista, ensaísta, crítico literário, teatrólogo, lingüista, argumentista, roteirista, cineasta, teórico de cinema, interessou-se ainda pelas artes plásticas, escreveu inúmeros artigos em jornais e revistas e manteve uma intensa correspondência com amigos e leitores. Embora no exterior, Pasolini tenha sido mais conhecido como cineasta, foi como literato que surgiu no panorama cultural italiano. Enquanto escritor, sua obra abarca três momentos: as décadas de 40, 50 e 60-70.»por Mariarosaria Fabris, Entre Livros.
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Ficção financeira
« El segundo mayor escándalo de la industria financiera estadounidense, llevado a cabo por el magnate de Wall Street y ex presidente de Nasdaq, Bernard L. Madoff, podría tener un impacto multimillonario en España, donde varios 'hedge funds' y boutiques de inversión habrían expuesto hasta 3.000 millones de euros en vehículos diseñados por este estafador.» El Mundo Online, 13/12/2008
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Os vivos
Claro, a raiva domestica-se como os cães. Mas, certas vezes, alguém cede e atira uma bala a dois metros na cara do outro, em pleno café.
Uma tese; esta.
«Um homem só pode actuar porque pode ignorar, e contentar-se com uma parte do conhecimento.» (E sobre o conhecimento escreve que é o capricho particular do homem: ultrapassa o necessário.)
Tens dois metros para saltar e saltas quatro, mas esses dois a mais nada contam senão para o orgulho: não recebes mais pontos nem menos doenças: foi exibida uma habilidade, e é tudo.
As oportunidades de suícidio perdem-se como as moedas. Mas se fazem muito barulho a cair no chão, voltas atrás, baixas o corpo e recuperas essa moeda: guarda-a bem, um dia poderás ter que a utilizar.
A mesma moeda que não sai da posse da mesma pessoa. É imaginar um acaso destes, quinze anos com a mesma moeda: foi um acaso, nada de intencional.
Atirou-se da ponte. Parou o carro. Andou uns metros sobre a ponte. E depois atirou-se. No funeral, mulheres choravam e homens que choravam sem esconder a cara: nada assusta mais que uma coisa vertical e séria que chora, aceitação de tudo: eu aceito, ele aceita, todos aceitam.
E, claro, a ponte: o suicídio. É que por vezes é a raiva que domestica o corpo. Nem sempre os vivos são fortes como alguns vivos são fortes.
Conto de Gonçalo M.Tavares, incluído no livro " água, cão,cavalo, cabeça ", Ed. Caminho
Uma tese; esta.
«Um homem só pode actuar porque pode ignorar, e contentar-se com uma parte do conhecimento.» (E sobre o conhecimento escreve que é o capricho particular do homem: ultrapassa o necessário.)
Tens dois metros para saltar e saltas quatro, mas esses dois a mais nada contam senão para o orgulho: não recebes mais pontos nem menos doenças: foi exibida uma habilidade, e é tudo.
As oportunidades de suícidio perdem-se como as moedas. Mas se fazem muito barulho a cair no chão, voltas atrás, baixas o corpo e recuperas essa moeda: guarda-a bem, um dia poderás ter que a utilizar.
A mesma moeda que não sai da posse da mesma pessoa. É imaginar um acaso destes, quinze anos com a mesma moeda: foi um acaso, nada de intencional.
Atirou-se da ponte. Parou o carro. Andou uns metros sobre a ponte. E depois atirou-se. No funeral, mulheres choravam e homens que choravam sem esconder a cara: nada assusta mais que uma coisa vertical e séria que chora, aceitação de tudo: eu aceito, ele aceita, todos aceitam.
E, claro, a ponte: o suicídio. É que por vezes é a raiva que domestica o corpo. Nem sempre os vivos são fortes como alguns vivos são fortes.
Conto de Gonçalo M.Tavares, incluído no livro " água, cão,cavalo, cabeça ", Ed. Caminho
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Samuel Barber - " Agnus Dei "
Accentus Chamber Choir
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Outro desastre
Uma vez senti algo semelhante. Tinha que pagar a um oculista. Levava o cheque já preenchido. Cheguei ao sítio e disseram-me: Morreu ontem, num desastre de carro. Tinha o cheque em nome dele, e agora estava morto. O primeiro pensamento foi: se eu tenho um cheque para lhe pagar, ele não pode estar morto. O segundo pensamento, passado uns segundos, foi: como é que a tua cabeça foi capaz de ter aquele 2º pensamento? O quarto foi: toda a gente pensa todas as hipóteses numa situação, mesmo as hipóteses mais nojentas.
Mas o senhor tinha um pai ainda vivo, e eu rasguei o cheque antigo e escrevi o nome do pai no cheque - era quase o mesmo, só mudava a primeira palavra. Estávamos os dois num restaurante de comidas rápidas, de pé. E o pai do meu oculista, que morrera num desastre de automóvel dois dias antes, estava vestido de preto e estava triste, falava pouco, e tinha os olhos baixos. Mas recebeu o cheque.
Conto de Gonçalo M. Tavares, incluído no livro " água, cão, cavalo, cabeça ", Ed.Caminho
Mas o senhor tinha um pai ainda vivo, e eu rasguei o cheque antigo e escrevi o nome do pai no cheque - era quase o mesmo, só mudava a primeira palavra. Estávamos os dois num restaurante de comidas rápidas, de pé. E o pai do meu oculista, que morrera num desastre de automóvel dois dias antes, estava vestido de preto e estava triste, falava pouco, e tinha os olhos baixos. Mas recebeu o cheque.
Conto de Gonçalo M. Tavares, incluído no livro " água, cão, cavalo, cabeça ", Ed.Caminho
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Um País de papagaios
Entrevista de Medina Carreira a José Gomes Ferreira, 10/12/2008,Sic Notícias
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
A moeda
Não há legislação para a música como não há legislação para a doença. A natureza é ilegal e bruta e nós não somos natureza enquanto estamos vivos e ricos, com o corpo esquecido. Mas quando somos velhos somos natureza e quando estamos doentes somos natureza, e quando morremos somos ainda natureza.
E não ter dinheiro é isso: é ser mais natureza, estar mais dependente da falta de legislação que há na música e nos bichos: as coisas escuras amedrontam, tornam-te cobarde, escondes os teus filhos atrás do teu corpo, mas sabes que a bala virá por trás.
Dizem que Lúcifer caiu durante nove dias, mas tal viagem não amedronta ninguém. Não foi uma queda, foi um passeio. Porque nove dias são nove dias, por isso o diabo caiu tão bem, com a roupa direita, engravatado, sem uma dorzinha. Percorre as ruas e parece aos outros o corpo de quem subiu até aqui, e não de quem desceu tanto: nove dias, dizem, foram os dias que demorou Lúcifer a cair.
A maldade não se distingue; como as meninas gémeas que vão para o colégio de mãos dadas, com a vestimenta azul, igual. A maldade não tem uma marca na testa como as vacas que têm doenças e foram marcadas na testa pelo dono.
- Esta é para ser morta, não é para ser vendida.
A doença tem marcas, a pobreza tem marcas, mas a maldade não tem marcas. Os feios têm marcas.
Um vagabundo pedia esmola num semáforo. Passou de um carro para outro, depois para outro. Um deles abriu o vidro da sua porta só uns centímetros e deixou cair uma moeda valiosa ao chão, depois arrancou porque o semáforo estava verde. O pedinte baixou-se para apanhar a moeda e veio um carro que só viu o semáforo verde e atropelou-o. Apanhou-o em cheio, partiu-lhe os ossos da anca.
Já numa maca, em cima do passeio, o dedo esticado do vagabundo não era compreendido por ninguém porque ele não conseguia falar.
- Alguém conhece este homem? Sabem se já não falava antes?
Ele apontava para a moeda no meio da estrada, mas ninguém percebia. E foi levado.
( A química não estuda aquilo que muda na matéria quando a matéria é o nosso corpo e alguém o abraça no momento exacto.)
Três meses depois, quando saiu do hospital, ele coxeava e não falava. Ninguém sabe se foi do acidente ou se antes já ele era mudo e com olhos de louco, porque ninguém o conhecia. (Ninguém podia confirmar se ele já era louco antes. Mas agora era louco.) Nesse mesmo dia ele foi ao sítio do acidente e no meio da estrada perigosa ainda estava a moeda. Meteu-a no bolso. um carro aproximou-se e ele correu para o passeio. Ficou em segurança e acariciou a moeda com os dedos.
Do carro, que novamente quase o atropelara, uma mulher chamou-lhe maluco. Mas ele, o louco, estava contente.
Conto de Gonçalo M.Tavares, incluído no livro "água, cão, cavalo, cabeça", Ed. Caminho
Hanns Eisler -" Elegie "(1939), poema de Bertolt Brecht
E não ter dinheiro é isso: é ser mais natureza, estar mais dependente da falta de legislação que há na música e nos bichos: as coisas escuras amedrontam, tornam-te cobarde, escondes os teus filhos atrás do teu corpo, mas sabes que a bala virá por trás.
Dizem que Lúcifer caiu durante nove dias, mas tal viagem não amedronta ninguém. Não foi uma queda, foi um passeio. Porque nove dias são nove dias, por isso o diabo caiu tão bem, com a roupa direita, engravatado, sem uma dorzinha. Percorre as ruas e parece aos outros o corpo de quem subiu até aqui, e não de quem desceu tanto: nove dias, dizem, foram os dias que demorou Lúcifer a cair.
A maldade não se distingue; como as meninas gémeas que vão para o colégio de mãos dadas, com a vestimenta azul, igual. A maldade não tem uma marca na testa como as vacas que têm doenças e foram marcadas na testa pelo dono.
- Esta é para ser morta, não é para ser vendida.
A doença tem marcas, a pobreza tem marcas, mas a maldade não tem marcas. Os feios têm marcas.
Um vagabundo pedia esmola num semáforo. Passou de um carro para outro, depois para outro. Um deles abriu o vidro da sua porta só uns centímetros e deixou cair uma moeda valiosa ao chão, depois arrancou porque o semáforo estava verde. O pedinte baixou-se para apanhar a moeda e veio um carro que só viu o semáforo verde e atropelou-o. Apanhou-o em cheio, partiu-lhe os ossos da anca.
Já numa maca, em cima do passeio, o dedo esticado do vagabundo não era compreendido por ninguém porque ele não conseguia falar.
- Alguém conhece este homem? Sabem se já não falava antes?
Ele apontava para a moeda no meio da estrada, mas ninguém percebia. E foi levado.
( A química não estuda aquilo que muda na matéria quando a matéria é o nosso corpo e alguém o abraça no momento exacto.)
Três meses depois, quando saiu do hospital, ele coxeava e não falava. Ninguém sabe se foi do acidente ou se antes já ele era mudo e com olhos de louco, porque ninguém o conhecia. (Ninguém podia confirmar se ele já era louco antes. Mas agora era louco.) Nesse mesmo dia ele foi ao sítio do acidente e no meio da estrada perigosa ainda estava a moeda. Meteu-a no bolso. um carro aproximou-se e ele correu para o passeio. Ficou em segurança e acariciou a moeda com os dedos.
Do carro, que novamente quase o atropelara, uma mulher chamou-lhe maluco. Mas ele, o louco, estava contente.
Conto de Gonçalo M.Tavares, incluído no livro "água, cão, cavalo, cabeça", Ed. Caminho
Hanns Eisler -" Elegie "(1939), poema de Bertolt Brecht
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Carla Bruni - " Fernande "
Carla Bruni, canta ao vivo " Fernande ", de Georges Brassens.
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
High Places
« Os High Places, ou seja Mary Pearson e Rob Barber, não conhecem os Young Marble Giants, mas as suas cançonetas perseguem o mesmo desígnio, fazendo muito com pouco, ou seja, artesanato em miniatura, criado a partir de polirritmias exóticas, sons naturais e micro-percussões, mistura de elementos orgânicos e produção electrónica, transportados numa pequena caixa de música. "Nunca quisemos ser uma banda rock com guitarra, baixo e bateria, fazendo música numa estrutura reconhecível", explica Mary. "Nunca nos quisemos limitar. Não significa que queiramos fazer uma cacofonia qualquer, mas queremos conciliar melodias familiares com sons misteriosos, conduzindo a nossa música para um lugar tranquilo e hipnótico." » Vítor Belanciano, Ípsilon, 05/12/2008
High Places - "Shared Islands"(Ao vivo)
Ver e ouvir High Places no Myspace, aqui.
Young Marble Giants - " Credit in the straight world "
High Places - "Shared Islands"(Ao vivo)
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terça-feira, 9 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
A carne desapareceu???!!!
« O Ministro da Agricultura, Jaime Silva, admitiu hoje que as 30 toneladas de carne importadas da Irlanda, em Outubro e Novembro, podem ter já desaparecido do mercado, embora as autoridades sanitárias estejam a tentar identificar o seu paradeiro.
Em declarações aos jornalistas, na Figueira da Foz, o ministro sustentou, no entanto, o “risco mínimo” para a saúde, argumentando com a pouca quantidade de carne importada da Irlanda, “insignificante” face ao consumo português.“Trinta toneladas em 440 mil toneladas de consumo que temos em Portugal é 0,006 por cento, ou seja, o risco é mínimo.
O risco que essas 30 toneladas tenham provavelmente já desaparecido no mercado, isso é real”, declarou Jaime Silva.O governante explicou que depois do Ministério da Agricultura ter sido notificado “esta manhã” da existência em Portugal de 30 toneladas de carne importadas da Irlanda.Uma brigada da Direcção-Geral de Veterinária dirigiu-se à empresa importadora, situada em Vila do Conde, “para localizarmos em definitivo onde estão essas 30 toneladas”.» Público Online,08/12/2008
A carne desapareceu provávelmente no meu organismo. Almoço todos os dias, a poucos quilómetros de Vila de Conde, e, estranhei que nas últimas semanas os pratos do dia fossem essencialmente à base de porco. Ainda hoje comi três costelinhas duvidosas.
E, o ministro diz que a carne desapareceu. Não: foi comida, tragada, e transformada pelo nosso sistema digestivo.
Em declarações aos jornalistas, na Figueira da Foz, o ministro sustentou, no entanto, o “risco mínimo” para a saúde, argumentando com a pouca quantidade de carne importada da Irlanda, “insignificante” face ao consumo português.“Trinta toneladas em 440 mil toneladas de consumo que temos em Portugal é 0,006 por cento, ou seja, o risco é mínimo.
O risco que essas 30 toneladas tenham provavelmente já desaparecido no mercado, isso é real”, declarou Jaime Silva.O governante explicou que depois do Ministério da Agricultura ter sido notificado “esta manhã” da existência em Portugal de 30 toneladas de carne importadas da Irlanda.Uma brigada da Direcção-Geral de Veterinária dirigiu-se à empresa importadora, situada em Vila do Conde, “para localizarmos em definitivo onde estão essas 30 toneladas”.» Público Online,08/12/2008
A carne desapareceu provávelmente no meu organismo. Almoço todos os dias, a poucos quilómetros de Vila de Conde, e, estranhei que nas últimas semanas os pratos do dia fossem essencialmente à base de porco. Ainda hoje comi três costelinhas duvidosas.
E, o ministro diz que a carne desapareceu. Não: foi comida, tragada, e transformada pelo nosso sistema digestivo.
" Nós, nos afortunados países do Ocidente, agora consideramos a nossa bolha de liberdade e riqueza, velha de 200 anos, como sendo normal e inevitável; tem sido chamada de o «fim da História», tanto no sentido temporal como taleológico. Contudo, esta nova ordem é uma anomalia; o oposto do que geralmente acontece quando as civilizações crescem. A nossa era foi financiada pela tomada de metade de um planeta, ampliada com a tomada da maior parte da outra metade, e sustentada pelo desgaste de novas formas de capital natural, especialmente combustível fóssil. No Novo Mundo, o Ocidente ganhou o maior prémio de sempre. E não haverá outro igual - a não ser que encontremos os marcianos civilizados de H. G. Wells, completos com a vulnerabilidade aos nossos germes que os derrotou na " Guerra dos Mundos "."
Excerto de " Breve História do Progresso ", de Ronald Wright, Trd. José Couto Nogueira, Ed. D.Quixote
Excerto de " Breve História do Progresso ", de Ronald Wright, Trd. José Couto Nogueira, Ed. D.Quixote
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domingo, 7 de dezembro de 2008
Reflectir sobre o poder(2)
« "¡Uh, ah, Chávez no se va! Si Dios quiere y me da salud, estoy listo para seguir con ustedes. Lo que Dios diga y lo que el pueblo mande", ha repetido insistentemente el gobernante en la celebración de sus diez años de mandato. » El País Online,07/12/2008
Chavez interrumpe discurso del ministro de comunicacion(13/02/2008)
Chavez interrumpe discurso del ministro de comunicacion(13/02/2008)
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Reflectir sobre o poder(1)
Triumph des Willens (Triumph of the Will), documentário de Leni Riefenstahl .
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Life(1)
A young woman, dressed in a print dress, gloves and hat, and carrying a parasol, standing on a boat landing by a body of water.
Date taken:
August 07, 1884
Photographer:
Wallace G. Levison
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Sonhos...
" O material psíquico dos pensamentos do sonho habitualmente inclui recordações de experiência marcantes - não raras vezes datando dos primeiros anos da infância - que são assim regra geral apercebidas como situações com cariz visual. Sempre que surgir a oportunidade, essa porção dos pensamentos oníricos exerce uma influência determinante sobre a forma que toma o conteúdo do sonho; como que poderíamos dizer que constitui um núcleo de cristalização que atrai a si o material dos próprios pensamentos oníricos, afectando assim a distribuição destes últimos. A situação num sonho muitas vezes mais não é que a repetição modificada, complicada por interpolações, de uma importante experiência deste género; por outro lado, é raro aparecerem nos sonhos repetições fiéis e exactas de cenas reais."
Pintura de Tàpies; excerto de " O significado dos sonhos ", de Sigmund Freud, Trd. Inês Busse; música" Winter's Love ", dos Animal Collective
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Tàpies
Tàpies, la genialidad de un joven octogenario*
*«Antoni Tàpies, considerado uno de los artistas más importantes de la segunda mitad del siglo XX, cumple 85 años el próximo día 13 de diciembre. Para conmemorar el aniversario de uno de los españoles más prestigiosos y reconocidos a nivel internacional, la Galería Soledad Lorenzo de Madrid (C/ Orfila, 5) exhibe hasta el 17 de enero una selección de las obras más recientes del creador catalán (en la imagen, 'Os').
El humor, la vitalidad y el espíritu joven y potente de Tapies quedan reflejados en una serie de piezas realizadas sobre maderas y telas de diferentes formatos, y en los que se da cabida a tonos ocres, grises, negros o rojos.
Según afirma José Marín-Medina en el catálogo de la exposición, "volviendo siempre a las fuentes de la materia, la práctica del arte de Tapies avanza irresistible, evitando por una parte la tiranía de la forma y superando, a otro respecto, el viejo debate entre materia y espíritu".»
Recorra la exposición
(Fotos: Galería Soledad Lorenzo) El Mundo Online, 04/12/2008
El humor, la vitalidad y el espíritu joven y potente de Tapies quedan reflejados en una serie de piezas realizadas sobre maderas y telas de diferentes formatos, y en los que se da cabida a tonos ocres, grises, negros o rojos.
Según afirma José Marín-Medina en el catálogo de la exposición, "volviendo siempre a las fuentes de la materia, la práctica del arte de Tapies avanza irresistible, evitando por una parte la tiranía de la forma y superando, a otro respecto, el viejo debate entre materia y espíritu".»
Recorra la exposición
(Fotos: Galería Soledad Lorenzo) El Mundo Online, 04/12/2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
" Joachim enterrara o rosto nas mãos. Sim, o pai tinha-o estigmatizado; acontecera agora e sentia-se revoltado. O pastor aproximara-se dele e ele ouviu, distantes, consolações banais: sim também nisto o pai parecia ter razão; aquele servidor da Igreja desempenhava bastante mal os deveres do seu ministério, devia saber que é a própria voz de Deus que fala pela boca de um pai e por ela anuncia a sua provação; por isso seu pai era agora demente: ninguém é impunemente porta-voz de Deus. O pastor não passava de um homem comum; se fosse, realmente, um instrumento de Deus na terra, também ele teria de delirar. Mas Deus indicou o caminho da Graça sem a mediação do padre; contra isso não nos podíamos revoltar, era preciso conquistar a Graça na solidão e na dor. "
The Smiths -" Please, please, please, let me get what i want "
Excerto de " Os Sonâmbulos "(Volume 1), de Hermann Broch, Trd. António Ferreira Marques, Ed. 70
The Smiths -" Please, please, please, let me get what i want "
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La magia, los ritos y los misterios cerebrales de la historia*
«De hecho, la perforación del cráneo (en ocasiones para dejar salir los demonios atrapados dentro del cerebro) es una de las que más ha sorprendido a lo largo de la historia. "Aún hay algunos pueblos africanos, e incluso sectas, que consideran que la trepanación permite alcanzar un estado superior, o incluso que mejora la inteligencia". Curiosamente, los fragmentos de cráneo extraídos al hacer ese orificio se han utilizado como amuletos a lo largo de la historia debido a las propiedades protectoras y mágicas que se les atribuían.»* El Mundo Online, 02/12/2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Ó Fátima: Ai Portugal, Portugal
BPN
Joe Berardo e BCP
Jorge Palma - "Portugal, Portugal"(ao vivo no metro)
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Gondarém
Vim morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas.
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
Numa banda a Espanha morta
Noutra Portugal sombrio
Entre ambos galopa um rio
Que não pára à minha porta.
E grito, grito: Acudi-me.
Ganhei dor. Busquei prazer.
E sinto que vou morrer
Na própria pátria do crime.
Vou morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
Por mor de aprender o vira
Fui traído. Mas por fim,
Sei hoje, que era a mentira
Que então chamava por mim.
Nada haverá que me acoite
Meu amor, meu inimigo,
E aceito das mãos da noite
A memória por castigo.
Vim morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
Poema de Pedro Homem de Mello, cantado por Amália, e incluído em " os poetas de amália ", selecção e introdução de valter hugo mãe,edições quasi(não chegou a ser editado)
Pátria de contrabandistas.
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
Numa banda a Espanha morta
Noutra Portugal sombrio
Entre ambos galopa um rio
Que não pára à minha porta.
E grito, grito: Acudi-me.
Ganhei dor. Busquei prazer.
E sinto que vou morrer
Na própria pátria do crime.
Vou morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
Por mor de aprender o vira
Fui traído. Mas por fim,
Sei hoje, que era a mentira
Que então chamava por mim.
Nada haverá que me acoite
Meu amor, meu inimigo,
E aceito das mãos da noite
A memória por castigo.
Vim morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
Poema de Pedro Homem de Mello, cantado por Amália, e incluído em " os poetas de amália ", selecção e introdução de valter hugo mãe,edições quasi(não chegou a ser editado)
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quarta-feira, 26 de novembro de 2008
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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