Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Janelas amordaçadas






Janelas do extinto Convento de Barrô
Fotografias de Luís Fonseca(2008)
«Sobre o mosteiro de Barrô, fundado em 1671, conhece-se esta notícia: Mariana da Madre de Deus, que morreu com opinião de Santa a 2 de Janeiro de 1693, com o bom exemplo de suas virtudes, moveu muitas donzelas devotas a abraçarem a vida regular como terceiras de S. Francisco, fundando o seu recolhimento no lugar de Barrô, com obediência do bispo de Lamego; e dotando a casa com seus bens e outros de benfeitores, obteve a faculdade de professor com suas companheiras, feitos os votos solenes, em clausura, florescendo em santidade muitos anos este santuário e mosteiro.»


Fotografia de Luís Fonseca(2008)

The Last Waltz

The Band -" The Night They Drove Old Dixie Down"


The Band -" It Makes No Difference "


The Band -" The Weight "

quinta-feira, 26 de junho de 2008

" Bond of Union"(1956) - M.C. Escher

Emoções à flor da pele

Bruce Springsteen - " This land is your land "



Bob Dylan - "Forever Young / Baby, Let Me Follow You Down"


Spiritualized - "Broken Heart"

O direito à infelicidade*

"...não existe manual de auto-ajuda que não apresente o infortúnio como um elemento estranho à condição humana. A tristeza é uma anormalidade, dizem. O fracasso não existe e, quando existe, deve ser imediatamente apagado, ordenam. Na sapiência dos manuais, a infelicidade não é um facto; é uma vergonha e uma proibição.
O que implica o seu inverso: se a infelicidade é uma proibição, a felicidade é obrigatória por natureza. Obrigatória e radicalmente individual. Ela não depende da sorte, da contingência e da acção de terceiros: daqueles que fazem, e tantas vezes desfazem, o que somos e não somos. Depende, exclusiva e infantilmente, de nós. O tom é militar e marcial; a felicidade é uma batalha e uma conquista. E eu rendo-me ao primeiro disparo. Quem suporta semelhante fardo? Quem consegue suportar a obrigação totalitária de ser feliz?

* Excerto de crónica de João Pereira Coutinho, com este título


Spiritualized -" Soul On Fire "

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Gostos não se discutem! Ou discutem?

" Porque é que gostamos das pessoas? Desta e não daquela, quero eu dizer.
Como penso que já disse, na idade do crescimento gostava das pessoas porque elas gostavam de mim. Ou seja, gostava imensamente delas quando se limitavam a ser educadas e decentes comigo: Falta de auto-confiança. É muitas vezes por esta razão que as pessoas se casam a primeira vez, fiquem sabendo. Não conseguem esquecer o facto de alguém dar a entender que gosta delas, sem querer saber de mais nada. Foi em parte o meu caso com a Gill, vejo-o agora. Não é a base suficiente, pois não?
Há depois outra maneira de gostar das pessoas. Vemo-lo nas séries clássicas da televisão. Por exemplo, um homem e uma mulher conhecem-se e ele não a impressiona por aí além mas, durante algum tempo, ele faz várias coisas que a fazem ver que afinal ele é um tipo decente e passa a gostar dele. Do estilo, o tenente Chadwick salva uma dívida de jogo, de uma posição potencialmente ruinosa ou de outro embaraço social ou financeiro o Major Thingummy, e então a irmã do Major, Miss Thingummy, que o tenente Chadwick admira à distância desde que foi destacado para a região, reconhece de repente as suas virtudes e gosta dele.
Não sei se as coisas alguma vez acontecem assim, ou se é só uma fantasia do escritor. Não acham que é o oposto? Pela minha experiência, que é limitada, não é assim, conhecemos alguém, ficamos depois com alguns dados sobre a pessoa e, baseados nisso, decidimos que gostamos dela. É o contrário: gostamos de alguém e depois vamos à procura de provas que sustentem esses sentimento.
A Ellie é simpática, não é? Gostam dela, não gostam? Têm provas suficientes? Eu gosto dela. Talvez a convide para sair, mas a sério. Acham boa ideia?
Ficavam com ciúmes?

Excerto de " Amor & etc.", de Julian Barnes, Trd. Helena Cardoso, Ed. Asa

"Boca de Ouro ", da antologia " A vida como ela é", do dramaturgo brasileiro Nélson Rodrigues

Ryuichi Sakamoto-"Energy Flow"

O problema da Beleza

Templo Dourado de Kyoto, fotografia retirada de aqui.
" Posso sem exagero afirmar que o primeiro problema com que, na minha vida, me deparei, foi o problema da Beleza. Meu pai era um simples padre de província, de vocabulário pobre; dissera-me apenas que «nada no mundo igualava em beleza o Templo Dourado». O pensamento de que a beleza pudesse existir algures sem eu dela estar ciente causava-me invencivelmente um sentimento de mau-estar e de irritação; pois se ela existisse realmente neste mundo, era eu quem pelo facto da sua existência, seria excluído desse mesmo mundo.
No entanto, nunca o Templo Dourado permaneceu para mim como simples conceito. As montanhas impediam-me de olhar para ele; mas bastaria que tivesse a fantasia de o ir ver, e isso seria perfeitamente realizável: existia, estava ali. A beleza é portanto algo que podia ser tocado, algo claramente reflectido pelos olhos. Que no próprio seio desse universo de múltiplas metamorfoses o inalterável Templo Dourado devesse continuar a existir tranquilamente, disso estava eu certo, absolutamente certo."
Excerto de " O Templo Dourado ", de Yukio Mishima, Trd. Filipe Jarro, Ed.Assírio e Alvim(1985)

...se não me seguram dou cabo de ti...

Deolinda- "Fado Toninho"

segunda-feira, 23 de junho de 2008

De um menino do Doiro para...

Dulce Pontes - "O meu menino é d´oiro"

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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