Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Para não cair no esquecimento

Bósnia, 1983-Fotografia de James Nachtwey


" Somos virgens no horror como na volúpia. Poderia eu suspeitar desse horror ao deixar a Praça de Clichy? Quem saberia prever, antes de entrar verdadeiramente na guerra, tudo quanto esconde a alma sórdida, heróica e preguiçosa dos homens? Nesse momento eu era arrastado por uma fuga em massa para a chacina geral, para o fogo... Que tinha subido das profundezas e acabara por chegar. "

Excerto de " Viagem ao fim da noite ", de Céline, Trd. Aníbal Fernandes




John McCain é o Dr. Strangelove

A sedutora

Monica Vitti seduz Marcello Mastroianni, no filme " A noite ", de Michelangelo Antonioni

Excertos da banda sonora da minha adolescência

Boney M -" Rivers of Babylon "


Boney M - "Daddy Cool "

Já não era adolescente e ainda continuo adolescente

The Cure -" A forest "

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O medo, o terror, o pesadelo, a privação da liberdade

" Assim se arrastam as nossas noites. O sonho de Tântalo e o sonho do conto inserem-se numa teia de imagens mais indistintas: o sofrimento do dia, feito de fome, pancadas, frio, fadiga, medo e promiscuidade, transforma-se de noite em pesadelos sem forma, de uma indescritível violência, que na vida livre acontecem somente nas noites de febre. Acorda-se a cada instante, gelado pelo terror, com um sobressalto de todos os membros, sob a impressão de uma ordem gritada por uma voz cheia de ira, numa língua incompreensível. "

Excerto de " Se isto é um homem ", de Primo Levi,Trd. Simonetta Cabrita Neto

Desejar e regeitar

Flaming Lips num episódio da série de Tv" Charmed "

Dedicatória


Fiona Apple e Elvis Costello cantam " Tymps"

Semelhanças

Buddy Holly and The Crickets -" Oh Boy! "


Elvis Costello -" Pump it up "

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Mais uma vez, o medo

" Aqui o sonho coincidiu com a realidade, e as mesmas bocas uniram-se na imaginação e fora dela. A diferença é que a visão não recuou, e a pessoa real tão depressa cumprira o gesto, como fugiu até à porta, vexada e medrosa. Dali passou à sala da frente, aturdida do que fizera, sem olhar fixamente para nada. Afiava o ouvido, ia até o fim do corredor, a ver se escutava algum rumor que lhe dissese que ele acordava, e só depois de muito tempo é que o medo foi passando. Na verdade, a criança tinha o sono duro; nada lhe abria os olhos, nem os fracassos contíguos, nem os beijos de verdade. Mas, se o medo foi passando, o vexame ficou e cresceu. D. Severina não acabava de crer que fizesse aquilo; parece que embrulhava os seus desejos na idéia de que era uma criança namorada que ali estava sem consciência nem imputação; e, meio mãe, meio amiga, inclinara-se e beijara-o. Fosse como fosse, estava confusa, irritada, aborrecida, mal consigo e mal com ele. O medo de que ele podia estar fingindo que dormia apontou-lhe na alma e deu-lhe um calafrio."

Excerto de "Uns braços", de Machado de Assis

" Cry Baby "



´


Janis Joplin -" Cry Baby "(ao vivo em Toronto 1970)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

O medo de existir

Excerto de " Lost in Translation ", de Sofia Coppola

" Lóri sempre se espantava de como Ulisses a conhecia. Mas apesar de ele poder compreender, receava sua censura ou que ele desanimasse e a abandonasse, e nunca lhe dissera que o «mal» muitas vezes voltava: o ar dentro dela tinha então cheiro de poeira molhada. Vai recomeçar, meu Deus? Perguntava-se então. E reunia toda a sua força para parar a dor. Que dor era? A de existir? A de pertencer a alguma coisa desconhecida? A de ter nascido?"

Excerto de " Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres", de Clarice Lispector

Temo-nos temido um ao outro

" Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingénuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer «pelo menos não fui tolo» e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo."

Excerto de " Uma aprendizagem ou O livro dos Prazeres", de Clarice Lispector

" Dream Baby Dream "

Bruce Springsteen -" Dream Baby Dream "


Suicide -" Dream Baby Dream "

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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