Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sábado, 22 de março de 2008

Magia indiana

"Radha's Dance ", excerto do filme " O rio ", de Jean Renoir

Sábado

Eels -" Saturday Morning "

O cerimonial do casamento

Pintura de Debret

O meu eu

Portishead -" All mine "

" É uma espécie de negativo, um molde oco e invisível cujas linhas não consigo distinguir, e para dentro do qual devo deixar-me escorregar, se quiser que o meu próprio eu se consciencialize da sua forma e expressão. "

Excerto de " O Golem ", de Gustav Meyrink, Trd. E. Leão Maia, Ed. Vega

Inpério do sonho

Mão Morta -" Floresta em sonho "

" A voz que roda à minha volta na escuridão, que me quer atormentar com a pedra que parece um monte de sebo, passou junto de mim e não me viu. Sei que vem do império do sonho. Mas a experiência foi a de uma realidade viva - por isso é que a voz não me viu e, estou certo, me continua a procurar. Em vão. "

Excerto de " O Golem ", de Gustav Meyrink, Trd. E. Leão Maia, Ed. Vega

quarta-feira, 19 de março de 2008

Beleza amordaçada

Nico Garstman(Holanda) - " Dutch Moslina

A fonte da vida

Fotografia de Patrick Cusse(Bélgica) - " Heat "

A luz que ilumina a felicidade de existir

Fotografia de Jim Krantz(EUA) - " Bamboo Dock"


O beijo sonhado

" O beijo " - Klimt

Se eu quiser falar com Deus...

Gilberto Gil

segunda-feira, 17 de março de 2008

Sapho

Suposto retrato da poetisa grega Sapho. Pintura proveniente de Pompéia.© Collection Roger-Viollet

Safo, a maior poetisa lírica da Antigüidade é, provavelmente, também a primeira mulher a fazer poesia importante na história da cultura ocidental. Nasceu na ilha grega de Lesbos, por volta do ano de 612 a.C. Pouco se sabe ao certo sobre esta mulher notável. Alguns a têm imaginado de uma beleza escultórica exuberante. Outros, como não muito bonita. Mas todos concordam que possuía um atrativo pessoal formidável e que, com seus belos olhos pretos, poderia até domar feras! Não é só esta, entretanto, a razão de sua fama. Filha de família rica, deixou cedo sua pequena cidade natal de Eresso, próxima à capital de Lesbos, Mitilene, onde estudou dança, retórica e poética, o que era, então, permitido só a mulheres da aristocracia. Mesmo de origem nobre, a bem pouco podia aspirar uma mulher nessa época fora dos trabalhos domésticos rotineiros. Mas Safo... era Safo! Uma mulher de fogo! Muito jovem já possuía grande notoriedade devido mais a seus encantos pessoais do que à sua arte. Ela mesma dizia ter "cabecinha oca" e "coração infantil", tinha uma conduta libertada de preconceitos e inibições. Nessa época, Lesbos era governada pelo ditador Pítaco (o mesmo que seria depois incluído na lista dos Sete Sábios da Grécia). Safo, acusada de participar de uma conjuração contra o ditador, acabou sendo exilada na cidade de Pirra. A acusação foi, provavelmente, devido mais à moralidade de Pítaco (característica bastante comum entre os ditadores) do que à política, pois, de fato, Safo nunca dedicou-se à política. Nessa época de juventude, brilhava em Lesbos o jovem poeta Alceu, que pretendeu namorar Safo, sem sucesso. Por que não? Naturalmente essas coisas não têm explicação, mas poetisas não se casam com poetas. Fez-se famosa a resposta de Safo à carta amorosa de Alceu, em que este lamentava-se de que o pudor não lhe permitia dizer o que sentia: "Se tuas intenções, Alceu, fossem puras e nobres, e tua fala capaz de exprimi-las, o pudor não seria bastante a reprimi-las". Mas as falas sobre pudor, tanto de Alceu como de Safo são completamente hipócritas, pura literatura destinada ao público: nem Safo nem Alceu possuíam o menor recato! Também Alceu foi exilado por Pítaco junto com muitos outros patrícios. Na sua geração, ele teria sido o maior poeta não fosse pela sua contemporânea Safo. Ao seu retorno de Pirra, Safo não demorou a ser exilada de novo, desta vez na Sicília. Ali conheceu um riquíssimo industrial e, como as atuais divas se casam com milionários, Safo casou-se com ele. Este poderoso industrial cumpriu duplamente seus deveres de esposo com Safo, dando-lhe uma filha e, pouco depois, deixando-a viúva e rica. Na sua volta a Lesbos, Safo diria: "necessito do luxo como do sol." Mas não permaneceu muito tempo na ociosidade e fundou um colégio para meninas da alta sociedade de Mitilene. Ali as instruía em música, poesia e dança, e as chamava de heteras, ou melhor, hetairas, que em grego significa companheiras. Ao que parece, Safo era incomparável e inspirada mestra. Mas também inspirava amor às hetairas e aí Safo era grande mestra. Começaram então os boatos na cidade sobre atos e costumes adotados na grande escola. Sua hetaira favorita, chamada Átis, foi a primeira a ser tirada, iradamente, por seus pais. Tudo se desfez rapidamente e a escola acabou. Para Safo, esse foi um terrível golpe. Sobretudo a perda de Átis, por quem sentia paixão irrefreável. O que foi uma desgraça para Safo foi a faísca inicial que sublimou a sua poesia. Compôs o "Adeus a Átis", considerada até hoje como um dos mais perfeitos versos líricos de todos os tempos, que através dos séculos foi modelo de estilo pela singeleza e sobriedade da forma. Expressões originais de Safo, que chamou Átis de "doce e amargo tormento", foram usadas depois por poetas e namorados através dos séculos. Segundo a lenda recolhida por Ovídio, na idade madura, Safo voltou a amar os homens. Existem aí duas versões, numa, apaixonada por um marinheiro chamado Faon, que não lhe correspondeu, suicidou-se pulando de um rochedo de Leuca. Na outra, Safo serenamente resignada com a sua sorte - segundo manuscrito achado no Egito - recusa um pedido de casamento: "Se meu peito ainda pudesse dar leite e meu ventre frutificasse, iria sem temor para um novo tálamo. Mas o tempo já gravou demasiadas rugas sobre minha pele e o amor já não me alcança mais com o açoite de suas deliciosas penas." A moralidade e a hipocrisia têm condenado Safo durante 26 séculos. No século XI, teve a sua maior condenação: toda a sua obra, contida em nove volumes, foi queimada pela Igreja... Só em fins do século XIX dois arqueólogos ingleses descobriram, por acaso, em Oxorinco, sarcófagos envoltos em tiras de pergaminho, numa das quais eram legíveis uns seiscentos versos de Safo. Isso é tudo o que restou dela. Pouco, mas o bastante para confirmar o veredicto dos antigos: Safo foi a maior poetisa lírica da Antigüidade. Tinha razão Platão quando ensinou: "Dizem que há nove musas, que falta de memória! Esqueceram a décima, Safo de Lesbos." E também tinha razão Sólon (que não era apreciador de poesia, talvez por ser a única atividade do espírito que não conseguiu dominar) quando, depois de ouvir seu neto recitar uma poesia de Safo, exclamou: "Agora poderei morrer em paz!" Numa linha imortal que sobreviveu ao fogo da Igreja e aos séculos que tudo corroem, Safo disse: "Irremediavelmente, como à noite estrelada segue a rosada aurora, a morte segue todo o ser vivo até que finalmente o alcança..." E depois veio o silêncio, mas, nem o fogo, nem os séculos conseguiram apagar sua voz, nem esquecer seu nome: Safo, a divina hetaira!

Give peace a chance

John Lennon -" Give Peace a Chance" ao vivo em Toronto(1969)

Será a Islândia a terra de Deus?

Sugarcubes -" Deus "

Um Jesus samurai


Ler aqui artigo publicado na Folha de S.Paulo

Nunca o conseguiremos provar

" Há dias, surgiu a notícia de que um grupo de cientistas ia tentar descobrir porque as pessoas acreditam em Deus. É possível?
Já houve trabalhos desse género, a tentar descobrir onde é que Deus se encontra no cérebro. O que podemos demonstrar? Quando se acredita em Deus, isso diz respeito a todo o ser humano. Não se acredita em Deus por causa de uma pequena parte do nosso cérebro, do nosso coração, das nossas entranhas. Essa é uma busca globalmente humana. Podemos medir mudanças de hormonas quando se está a rezar ou quando se medita. Mas o que demonstrámos com isso? Nada de novo. Apenas que a busca religiosa é profundamente humana. Avançou-se no conhecimento humano, mas não se demonstrou nunca a existência ou inexistência de Deus. Nunca o conseguiremos provar."


Excerto de entrevista dada pelo Padre Jacques Arnould a António Marujo, publicada no P2(Público) de 16/03/2008

Repressão do amor ?!


Ler aqui artigo no " El Mundo ".

domingo, 16 de março de 2008

Dormir,sonhar...

A Woman Asleep at a Table c. 1657; Oil on canvas, 87.6 x 76.5 cm; Metropolitan Museum of Art, New York - Vermeer

Brisa de amor

" Da rua emanavam baforadas quentes e todos os ruídos das casas vizinhas; mas a menor brisa era para ele, e esqueciam-se das horas, com os joelhos enlaçados, e nada mais vendo. Jean lembrava-se das noites semelhantes à beira do Ródano, sonhava com consulados longínquos em países muito quentes, com cobertas de navios de partida, em que a brisa teria o mesmo fôlego longo que fremia no pano do toldo. E quando uma carícia invisível murmurava nos seus lábios: - Amas-me?..., era sempre de muito longe que regressava para responder: - Oh, sim, amo-te... "


Excerto de "Sapho", de Alphonse Daudet, Trd. Miguel Serras Pereira

A Kora tocada com paixão

Toumani Diabate, Ketama e Danny Tompson

O cartão transformado em arte

Cardbird I 1971stencil. planographic, collage photo-offset lithograph screenprint, collageImpression: right to printEdition: edition of 75 plus 6AP, RTP, PPII, 3GEL, SP, Ccardboard 114.4 h x 76.5 w cm Accn No: NGA 73.1173.1© Robert Rauschenberg. Licensed by VAGA & VISCOPY, Australia

Ler aqui artigo de Helena Vasconcelos, a propósito da exposição presente no Museu de Serralves, e que visitei hoje.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

FEEDJIT Live Traffic Feed