Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sábado, 8 de agosto de 2009

Grande Raul

Morreu Raul Solnado. Ler aqui no Público.

Moby Dick


Ilustración de Rockwell Kent para una edición de Moby Dick de los años treinta(El País)
«Moby Dick es la clase de obra maestra que uno siempre cree distraídamente haber leído, envolviendo su ignorancia en el engaño de la familiaridad: la ballena blanca, la demencia de Ahab, los símbolos evidentes, etcétera. Yo me puse a leer Moby Dick hace unos años creyendo que la conocía y descubrí una novela imposible, lóbrega, que unas veces era un relato de aventuras y otras una enciclopedia compilada por un loco, que venía tempestuosamente de la Biblia y de Shakespeare y parecía anticipar a Conrad y a Joyce, que se perdía en divagaciones más bien impenetrables y emergía luego en largos pasajes luminosos; una novela sobre una mente trastornada que tenía algo de trastorno ella misma; que quería atrapar la forma de un animal inconcebible y cobraba la forma de ese mismo animal; y que le afectaba a uno físicamente, lo mareaba, lo enaltecía como a los marineros que escuchan los desvaríos oratorios del capitán Ahab; lo intoxicaba al sumergirlo en escenas larguísimas de una crueldad literalmente sanguinaria que va más allá de las matanzas de La Odisea o del paroxismo caníbal de Tito Andrónico: las arterias cortadas de una ballena anegando a los marineros en torrentes de sangre; el mar hirviendo de tiburones que se matan entre sí compitiendo por los despojos de la ballena recién descuartizada.»
Antonio Muñoz Molina, El País de 08/08/2009, ler aqui artigo completo.

Willy DeVille

Morreu Willy DeVille. Ler aqui obituário no El Mundo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

«A beleza de um corpo nu só a sentem as raças vestidas. O pudor vale sobretudo para a sensualidade como o obstáculo para a energia.
A artificialidade é a maneira de gozar a naturalidade. O que gozei destes campos vastos, gozei-o porque aqui não vivo. Não sente a liberdade quem nunca viveu constrangido.
A civilização é uma educação de natureza. O artificial é o caminho para uma apreciação do natural.
É na harmonia entre o natural e o artificial que consiste a naturalidade da alma humana superior.»

Excerto do " Livro do Desassossego ", de Fernando Pessoa, Ed.Richard Zenith para a Assírio & Alvim

terça-feira, 4 de agosto de 2009


Fotografia de Dinah Willis(autor ?), Miss Dezembro de 1965; pintura de Kees Van Dogen

Word Gets Around

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

La cama de Pandora

Ilustração: Luci Gutiérrez

«Señoras, la matrícula de honor la tenemos todas, pero sólo cuando respetamos nuestro cuerpo. Lo que tenemos entre las piernas no es feo, ni viejo... (y salvo problemas evidentes), viene perfecto de serie, no necesita muchos extras. Así es que cuídenlo y disfrútenlo con sabiduría y sin vergüenza, como yo he intentado aprender con el paso de los años. Ya les iré contando...» continuar a ler aqui.

Pandora Rebato, El Mundo

domingo, 2 de agosto de 2009

P.S.Kroyer(2)


P.S.Kroyer e sua esposa Marie, revelados por um excelente documentário transmitido hoje pela RTP2.
Ver aqui uma selecção das suas obras.

P.S.Kroyer(1)











Paris,Texas


«E eis pai e filho, emboscados em Houston, de binóculos e walkie-talkies, à espera da mãe, à procura da mãe, perseguindo um carro vermelho que talvez seja ou não seja dela. Travis descobre que Jane trabalha num peep-show, lá está Nastassja Kinski esplendorosa, um vestido de lã cor-de-rosa sem ombros, naquela casa de fantasmas e fantasias. Ele finge que é um cliente, do outro lado do espelho, onde ela não o vê, e fica decepcionado, quer de novo acusá-la, mas ela diz que é uma confidente dos clientes. Não é uma prostituta: é uma mulher que ouve os homens. Travis vai-se embora, e conta a Hunter que o pai gostava que a mãe fosse uma "fancy woman", uma mulher parisiense, mas que ela era apenas uma mulher simples e boa, e que isso é o mais difícil. Mas o pai gostava de uma ideia de dela, tal como Travis gosta de uma ideia de família. Percebe então que não há família possível, que o que ele fez não tem cura, os anos de ciúmes, álcool, violência, uma história de amor que começou com uma aventura e que acabou com ele literalmente em chamas. Grava uma carta de despedida e vai de novo ter com Jane, como se fosse um cliente.

Num longo monólogo, de costas para não a ver, ele conta a história trágica de Jane e Travis. Sabe que o passado não volta, que a zona de segurança não existe, mas existe Hunter. "(E) ele precisa de ti." Jane, loura, vestido preto, sotaque sulista, reconhece-o enfim, como nos grandes textos clássicos, um "Oh, Travis" que é um eco de Bresson ("Oh, Jeanne"), e diz: "Todos os homens têm a tua voz." Eles os dois mal se vêem, não se tocam, estão unidos apenas num mesmo reflexo, a cara dele e dela sobrepostas.

E chega a felicidade possível: Hunter em silêncio, quase a medo, surpreendido com Jane a entrar no quarto, e depois tão natural como um filho e uma mãe, a mexer-lhe no cabelo louro, louro como o dele, e depois um abraço que é uma dança. E Harry Dean Stanton, noite e luzes no rosto de meia-idade, desaparece de novo, cantou já, agora vai chorando, e o seu último sinal de tristeza é um sorriso. O casal acabou, mas teremos sempre Paris, Texas.»

Excerto da crónica " A sagrada família ", de Pedro Mexia, publicada no P2(Público) de 02/08/2009

God Help the Girl

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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