Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sábado, 21 de junho de 2008

Regresso ao passado:R.E.M.

"Radio Free Europe"(1982)



"Talk About The Passion"(1983)


"So. Central Rain (I'm Sorry)"(1984)

Duas almas

" Colhendo laranjas " - João Werner


"...Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...Espantem-se à vontade; podem ficar de boca aberta, dar de ombros, tudo; não admito réplica. Se me replicarem, acabo o charuto e vou dormir. A alma exterior pode ser um espírito, um fluído, um homem, muitos homens, um objecto, uma operação. Há casos, por exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; - e assim também a polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas, uma cavatina, um tambor, etc. Está claro que o ofício dessa segunda alma é transmitir a vida, como a primeira; as duas completam o homem, que é, metafísicamente falando, uma laranja. Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da existência; e casos há, não raros, em que a perda da alma exterior implica a da existência inteira."

Excerto do conto " O espelho", de Machado de Assis

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O meu estado Buster Keaton

Imagens de Buster Keaton, música dos Radiohead.

Desfolhada

Gal Costa -" Milho Verde "(1973)

Azul

Carlos Bica & Azul - "Azul"

quinta-feira, 19 de junho de 2008

All my Little Words

The Magnetic Fields- "All my Little Words"

quarta-feira, 18 de junho de 2008

This Is The Day

The The -" This Is The Day "

Abri os olhos e vislumbrei esta paisagem


Nasci no canto superior esquerdo desta paisagem que eu amo. O Douro foi o primeiro amor, outros se seguiram, mas este vai permanecer para sempre.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Lost in translation

Psychedelic Furs -"The Ghost In You" - Lost in Translation

Uma das minhas canções preferidas. Um dos meus filmes preferidos.


Excerto de "Lost in translation" de Sofia Coppola

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Canções com memórias(1)

B-52's -" Private Idaho "

1980, tinha 17 anos. Estava a passar as férias de Verão, em casa da minha avó paterna. Desesperadamente, tentava sintonizar no velho rádio: o "Rock em Stock", até que de repente junto à janela virada para a rua, comecei a ouvir "Private Idaho" dos B-52´s.

Este momento, ficou-me para sempre guardado na memória permitindo-me visualizar e criar um quadro com essa recordação.

Nunca foi dos meus grupos preferidos, mas é uma das minhas lembranças instantâneas quando chega o Estio.

A rosa

Rodrigo Leão - " A rosa "

Tributo a um artista com os pés

Tributo à arte futebolística de George Best, música: Duran Duran -" Ordinary World "

Foi um dos heróis da minha juventude, só agora é que me apercebi que imito na imperfeição as suas fintas.

A meio dos quarenta, vou descobrindo, como foi construído o meu código genético. Não lamento, não ter registo video das minhas jogadas. Mas, são minhas, foram vividas intensamente e vibrei com elas.

Adão e Eva

" Adão e Eva "(1917/8) - Klimt




Não sou Ninguém! Quem és?
És tu - Ninguém - também?
Há, pois, um par de nós?
Não fales! Não vão eles - contar!
Que horror - o ser - Alguém!
Que vulgar - como Rã -
Passar o Junho todo - a anunciar o nome
A charco de pasmar!

Emily Dickinson, Trd. Ana Luísa Amaral, via Wikiquote

domingo, 15 de junho de 2008

Final de Domingo com alma

Isaac Hayes - I Stand Accused


Marvin Gaye - "Distant Lover"


Smokey Robinson & the Miracles - "Ooo Baby Baby"

Hallelujah

Rufus Wainwright


Leonard Cohen


John Cale


Jeff Buckley

Por isso os nossos pais deixaram as aldeias!

Fotografia antiga da aldeia de Beirós(Felgueiras-Resende)

" Às vezes vêm chamar-me clientes das aldeias. Temo-os. No fundo das suas casas, naqueles sombrios casarões ou casebres das aldeias, é muito fácil o médico perder-se. E a doença pode-se por lá esconder tão bem! Além disso, há tantos sítios vulneráveis nas casas das aldeias, esses currais isolados, esses desvãos, essas cavalariças desprovidas de animais.
Já tive doentes, dos que fui ver à aldeia, que de dia estavam bem, inteiramente bem; mas de noite parecia que a doença saltava por cima das cercas do curral.
Ainda um dia hei-de abordar com este título um estudo desses casos terríveis, fatais, muito semelhantes aos das árvores. Esses homens das aldeias são muitas vezes mortos por terríveis pores-do-sol, que caem sobre o tédio das suas ruas sem ser observados por ninguém.
Há nas aldeias muitos homens doentes por contágio até das coisas que já estão podres: imagens, bancos, tachos de ferro, alguidares de barro, baús, etc. Os cancerosos da laringe que por lá há devem-se a essa ânsia de toda a aldeia cantar os misereres da Semana Santa diante de livros velhos, amarelecidos, insanos.
E no meio destes peculiares doentes das aldeias, que muitas vezes a solidão da natureza acaba por matar, há velhos e velhas que se curam, não porque bebam um leite especial, nem graças ao ar saudável, mas porque se escondem, porque à hora em que todos os relógios batem as sete da tarde, à hora inspectora que assinala e toma nota dos que hão-de ser os defuntos do dia, eles estão misteriosamente metidos num canto, em quartos onde nem réstea de sol se enxerga e onde juraríamos que não está ninguém."

Capítulo " Os das aldeias", de " O Médico inverosímil", de Ramón Gómez de la Serna, Trd. Júlio Henriques

Ainda a propósito da raça


"...O nosso território não vai desaparecer, mas o Portugal que deu origem aos portugueses apaixonados, saudosos, líricos, aventureiros, emigrantes, e no entanto simples, humildes, está a desaparecer e vai dar origem a uma região da Europa, chamada Portugal, com museus regionais, e casas de fados, mas como povo singular vamos desaparecer. E isto é inevitável. E não vale a pena chorar. Ao desaparecer esse outro povo que fomos, desaparece também este ciclo de saudade e de sucesso, de aventura e de fracasso, de amor e ódio, ou seja, esta esquizofrenia. A Europa é um caldeirão cultural, onde se diluem todas as culturas, fazendo emergir uma cultura racionalista, informatizada, técnica. ..."
Excerto de entrevista de Miguel Real, à Notícias Magazine de 15/06/08

A propósito da raça

" O povo é que faz a língua? Não exactamente.Há um comité tácito a determinar a língua que o povo deve ou não deve fazer. A última vítima do comité foi o próprio Presidente da Républica, que mencionou o Dez de Junho como o "dia da raça" e viu-se logo torpedeado por protestos do BE e do PCP. "Raça não se diz.
Por acaso, há quem discorde. E não, não é um skinhead. É, por exemplo, um cientista chamado Mark Pagel, que no corrente número da revista britânica Prospect recupera o conceito com intenções sérias. Resumindo imenso, Pagel defende que o uso grotesco do termo ao longo da História não o invalida: não sendo "superiores" ou "inferiores", as raças existem e traduzem-se nas múltiplas diferenças(genéticas,culturais)entre os grupos humanos. O ponto de Pagel é que, a partir da biologia, cada grupo(ou raça) tende a distinguir-se pela partilha de valores. Porém, todos os grupos se distinguem dos restantes animais por, juntamente com os valores, partilharem expectativas de cooperação, ou seja, a faculdade de nos relacionarmos com outrem sem esperarmos retribuição imediata. Se a cooperação é favorecida dentro de um determinado grupo, não está, graças ao egoísmo da espécie, restrita a tais fronteiras: as pessoas entendem-se com as pessoas que aceitam entender-se com elas. Dito de outra maneira, as particularidades desenvolvidas no interior de uma raça são o instrumento que permite ultrapassar as respectivas barreiras."

Excerto de crónica " Raça maldita", de Alberto Gonçalves, Diário de Notícias(15/06/08)


" Portugal é uma Raça, porque existe uma Língua portuguesa, uma Arte, uma Literatura, uma História(incluindo a religiosa) - uma actividade moral portuguesa; e, sobretudo, porque existe uma Língua e uma História portuguesas.
A faculdade que tem um Povo de criar uma forma verbal aos seus sentimentos e pensamentos, é que melhor revela o seu poder de carácter, de raça. "

Excerto de " Arte de Ser Português", de Teixeira de Pascoaes

Momento de luz num dia chuvoso

" La era "(1904) - Diego Rivera

Aniversário

"Los viegos"(1912) - Diego Rivera

" Há já alguns meses previra que a minha crónica de aniversário não fosse o habitual lamento pelos anos passados, mas na realidade o contrário: uma glorificação da velhice. Comecei por interrogar-me quando tomei consciência de ser velho e creio que foi muito pouco tempo antes daquele dia. Aos quarenta e dois anos tinha ido a um médico com uma dor nas costas que me incomodava para respirar. Ele não lhe deu importância: É uma dor natural da idade, disse-me.
- Nesse caso - disse-lhe eu - o que não é natural é a minha idade.
O médico fez-me um sorriso de comiseração. Vejo que o senhor é um filósofo, disse-me. Foi a primeira vez que pensei na minha idade em termos de velhice, mas não tardei a esquecer. Habituei-me a acordar cada dia com uma dor diferente que ia mudando de lugar e forma à medida que os anos passavam. "

Excerto de " Memória das minhas putas tristes", de Gabriel García Márquez, Trd. Maria do Carmo Abreu,Ed. D.Quixote





Mercedes Sosa -" Gracias a La Vida "

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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