Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lee Fields

Judy Dater

" Imogen et Twinka "(1974)
" Sabine "(1973)

Ler aqui entrevista a Judy Dater, por Paul Karlstrom. Realizada em 02/06/2000.

La Santa Sede*



















«El caso es que la sodomía tiene muchos adeptos entre los chicos heterosexuales (o pretendidamente heterosexuales, vete tú a saber...). A mí, de hecho, me lo han propuesto tantas veces que una vez, por pura curiosidad, piqué. Cierto es que no teníamos lubricante, ni experiencia, ni mucho acierto, pero... ¡qué dolor! al principio. Luego, es cierto que el morbo suplía la ausencia de placer, pero echando cuentas, siento que no me compensa. Así es que, lo siento mucho: nunca mais, muchas gracias por probar. Y, desde entonces, jamás he repetido, aunque les haya fastidiado un poco a todos y cada uno de mis novios, novietes, amantes habituales, amantes ocasionales y follamigos que, salvo Pepe el okupa, me lo han pedido repetidas veces.» continuar a ler aqui.
*Pandora Rebato, El Mundo, 21/08/2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

«- Se Clinton lhe tivesse ido ao cu, talvez ela tivesse calado a boca. Bill Clinton não é o homem que dizem ser. Se a tivesse virado de barriga para baixo no Salão Oval e lhe tivesse ido ao cu, nada disto teria acontecido.
- Bem, ele nunca a dominou. Jogou pelo seguro.
- Sabes, depois de chegar à Casa Branca o tipo deixou de dominar. Não podia. Também não dominou a Willey. Foi por isso que ela ficou fula com ele, Quando se tornou presidentes perdeu o seu talento arkansiano típico para dominar mulheres. Enquanto foi procurador-geral e governador de um pequeno estado obscuro, dominar era perfeito para ele.
- Sem dúvida. Basta pensar na Gennifer Flowers.
- O que acontece no Arkansas? Se um tipo cai quando ainda se encontra lá, não cai de muito alto.
- Exactamente. E calcula-se que tenha tara pelo cu. É uma tradição.
- Mas quando chega à Casa Branca, não pode dominar. E quando não pode dominar, Miss Willey vira-se contra ele, e Miss Monica vira-se contra ele. Teria garantido a lealdade dela se lhe fosse ao cu. O pacto devia ter sido esse. Isso tê-los-ia ligado. Mas não houve pacto.
- Bem, ela assustou-se. Sabes bem que esteve prestes a não dizer nada. Starr esmagou-o. Onze gajos na sala com ela naquele hotel, já imaginaste? A massacrá-la? Foi uma geraldina. Uma violação colectiva encenada por Starr naquele hotel.
- Isso é verdade. Mas ela já andava a falar com Linda Tripp.
- Ah, sim.
- Andava a falar com toda a gente. Pertence àquela cultura idiota do blá-blá-blá. A esta geração que se orgulha da sua superficialidade. A sinceridade é tudo. Sincera e vazia, totalmente vazia. A sinceridade que dispara em todas as direcções. A sinceridade que é pior que a falsidade e a inocência que é pior do que a corrupção. Toda a rapacidade oculta sob o manto da sinceridade. E do jargão. Aquele vocabulário maravilhoso de todos eles, e em que parecem acreditar, a respeito da «falta de mérito próprio», quando na realidade estão sempre convencidos de que têm direito a tudo. Chamam carinho ao descaramento e mascaram a desumanidade de perda de «auto-estima». Hitler também tinha falta de auto-estima. Esse era o problema dele. É uma farsa, o que esses miúdos armaram. A hiperdramatização das emoções mais insignificantes. Relação. A minha relação. Clarificar a minha relação. Quando abrem a boca apetece-me amarinhar pelas paredes. Toda a linguagem deles é um somatório da estupidez dos últimos quarenta anos. Conclusão. Eis um dos chavões. Os meus alunos não podem permanecer no lugar onde o pensamento deve ocorrer. Conclusão! Fixam-se na narrativa convencionalizada com o seu princípio, o seu meio e o seu fim. Qualquer experiência, por muito ambígua, intrincada ou misteriosa que seja, tem de se prestar a esse lugar-comum normalizante e convencionalizante de pivô de televisão. Chumbo qualquer miúdo que peça conclusão. Querem conclusão? Eu dou-lhes a conclusão.»


Excerto de " A mancha branca ", de Philip Roth, Trd. Fernanda Pinto Rodrigues

Jornal do Cuto
















Guardo religiosamente os meus exemplares do Jornal do Cuto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sometimes I Wish We Were an Eagle



Eid Ma Clack Shaw

Jim Cain

Sometimes I Wish We Were an Eagle é o segundo albúm a solo de Bill Callahan(Smog).

Jim Cain

Graciela Iturbide



Ver aqui biografia e mais fotografias no site Amber Online.

Too Many Birds

Too many birds




Too many birds in one tree
Too many birds in one tree
And the sky is full of black and screaming leaves
The sky is full of black and screaming


And one more bird
Then one more bird
And one last bird
And another


One last black bird without a place to land
One last black bird without a place to be
Turns around in hopes to find the place it last knew rest
Oh black bird, over black rain burn
This is not where you last knew rest
You fly all night to sleep on stone
The heartless rest that in the morn, we'll be gone
You fly all night to sleep on stone, to return to the tree with too many birds
Too many birds
Too many birds


If...
If you...
If you could...
If you could only...
If you could only stop...
If you could only stop your...
If you could only stop your heart...
If you could only stop your heart beat...
If you could only stop your heart beat for...
If you could only stop your heart beat for one heart...
If you could only stop your heart beat for one heart beat.


Fotografia de Graciela Iturbide, música " Too many birds " de Bill Callahan

domingo, 16 de agosto de 2009

Doce da Teixeira


O doce da Teixeira é um ícon de Agosto. Todas as festas têm a sua presença e o seu odor a limão. Vendido por mulheres robustas e ruborizadas, que nos desafiam com a sua língua afiada, ao mínimo olhar de soslaio para o cesto dos doces.
Quando era pequeno, aguardava impacientemente que o meu avô materno viesse da festa com o desejado doce. Era um ritual. Nunca falhou. Com a sua morte e com o apurar do gosto fui desejando outras guloseimas.
Ontem segui alguns dos seus rituais: ouvi as bandas filármonicas e comprei o doce da Teixeira que de imediato levei à boca, relembrando sabores e memórias.

Meu querido mês de Agosto*

A música das moscas

Começa o meio de Agosto e são as festas em toda a parte. De Senhoras nossas. Da Agonia; da Assunção; do Desespero; da Angústia; da Depressão; das Dores: de todos os castigos imagináveis que possam ajudar a disfarçar o prazer que dão.

É um prazer ouvir a música ao fundo das bandas a ensaiar aqui ao pé, para a festa de amanhã. Das filármonicas mal preparadas que se querem preparar num dia só; das charangas desafinadas que mais ninguém vai ouvir.

Agosto é um mês de partilhas indesejadas. São as pessoas perto de mais. São as estradas e praias que nos fazem sentir parte de um horrendo organismo multicelular. É o bacanal das moscas, esquecidas até do açucar, tal é a febre pela marmelada. Mas, tal com no amor, não é por uma coisa ser indesejada que é desnecessária.

Ouço a filármonica a deglutir a melodia, já de si escassa, do Malhão, Malhão e, atrás da nuvem de moscas, ainda consigo vislumbrar o coreto onde tudo se vai passar. Aqui ao pé, mas longe de mim. E chego a esta chocante conclusão: afinal gosto. Sem participação e com queixume entredentes, a proximidade destas coisas celebratórias até comove um bocadinho. É como se estivéssemos lá sem termos de lá estar. É como concordar que é melhor ser humano a aturar as moscas do que ser mosca a aturar seja o que for.

Faz-nos bem estarmos perto, estando separados. São os erros dos músicos coagidos que tornam bonito o assassinato musical que cometem.

Miguel Esteves Cardoso, Público, 16/08/2009


*Dino Meira - " Meu querido mês de Agosto "

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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