Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O ponto do Capitalismo(1)

Triunfantes o capitalismo e a globalização, começaram os inevitáveis antagonismos causados tanto pela presença de um superimperialismo contraditório quanto pelo desabar do modelo regional asiático assentem, em grande parte, no crédito malparado e na mão-de-obra submissa.
Só a intervenção dos norte-americanos nos mercados evitou uma queda do iene que poderia atingir o sistema económico-financeiro mundial na véspera de Clinton ir a Pequim. No entanto, a fuga de capitais da Ásia ficou bem expressa nas bolsas europeias e norte-americanas.
Ao contrário do que foi moda acreditar, a grande aliança já não se vislumbra entre a América do Norte e o Pacífico e avança entre a América do Norte e a União Europeia.
Uma vez mais na História, a Ásia afunda-se perante o Ocidente. No entanto, desta vez, as dezenas de milhões de desocupados e a brutal crise económica num mundo globalizado vão provocar no continente asiático grandes e dramáticas mudanças políticas e sociais, com inevitáveis reflexos, a prazo, também no Ocidente.
A compra pelos americanos de alguns sectores mais rentáveis da economia asiática, principalmente na área financeira, não bastará para evitar esses reflexos.
O Novíssimo Império capitalista é a realidade inegável do fim deste século e sê-lo-á no início do próximo, tanto mais que o petróleo abunda e está pelo preço da chuva. Mas não há Novíssima Economia. Ela é a de sempre - muito parecida, agora, com a dos anos 20 segundo bom número de analistas...norte-americanos.


Crónica de Victor Cunha Rego, Diário de Notícias, 28/06/1998

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