Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

quarta-feira, 2 de maio de 2007

" O Castelo do Homem ancorado " - J.K. Huysmans

" Passava em revista os inconvenientes que o castelo já desvendara: vizinhança ameaçadora de animais e homens; humidade glaciar; falta de conforto e penúria de água; ainda por cima desleixos que o indignavam. Em vão procurara naquele labirinto um desses quartos que são confessionários do corpo, as salas preparadas para dar largas aos pendores secretos. Em baixo, perto do quarto da Marquesa, acabara por descobrir um cubículo mas em tal estadoque só correndo algum perigo se podia lá entrar.
E mais nada.
Exprimira o seu espanto ao tio Antoine, que começara por arregalar os olhos e depois olhara para Norine, divertidíssima a bater nas coxas.
- Pelos vistos, sobrinho, o que tu queres é cagar - disse ela entre dois soluços.
- Aqui todos arreiam lá fora, seja quem for!
Esta maneira simples de resolver uma embaraçosa questão exasperou o rapaz, pura e simplesmente. "

Excerto da novela " O Castelo do Homem ancorado " , de J.K. Huysmans, Tradução de Anibal Fernandes, Ed. Editorial Estampa

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