Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sexta-feira, 12 de junho de 2009

«As necessidades e sensações eróticas das mulheres, o seu desejo de prazer, a alegria com a sua própria sexualidade, só há poucas décadas começou a ser desvendada.
As mulheres eram desejadas mas não tinham desejo. Eram objectos sexuais mas não sujeitos sexuais. Raramente lemos sobre a maioridade sexual de uma mulher descrita na sua perspectiva. Onde é que a Marilyn Monroe nos conta a sua própria história sexual? E a Bela Adormecida, disse-nos alguma vez como foi acordar com o beijo do príncipe?
As mulheres não falaram durante muito tempo porque as silenciaram. Tanto na vida como na literatura, nos filmes ou nos palcos. Aquelas que ousaram paixões intensas viram-se condenadas, mortas, perseguidas, apelidadas de ordinárias e prostitutas. Em Portugal tivemos alguns casos famosos. A amada do Vitorino Nemésio, Margarida Jácome Correia, foi enfiada à força pela família numa clínica de loucos. O seu livro está aí e descreve bem o seu drama. E não esqueçamos que, ainda hoje, todos os anos, em África, dois milhões de meninas são mutiladas para lhes retirarem a capacidade de sentirem prazer sexual.»

Excerto de entrevista dada a Andreia Sanches, por Ana Zanatti, publicada no P2(Público) de 12/06/2009

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