Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

quarta-feira, 11 de março de 2009

Leituras na retrete(4)


" E ria. Ou começou rir a malícia toda dos olhos naquele menino ali, na cara dela, com sol da tarde chegando de fora. Ria também ele. Ria a raiva libertada de repente, e essas cenas assim, muito no quieto sonolento silêncio, felicidade de suas ideias no só do mundo, invadindo-lhe. Os cabelos escorridos, todo o corpo molhado do mel da luz e da luz da água, brilhavam sua pele nova. A vermelha baciazinha de esmalte queimava sua cor na pele mulata, pudicamente baixada. E ninguém que se mexia. Risos cresciam noutro calor. Calor se entornava de seus olhos ambos. Foi ela, Naninha, quem que veio. Seu só mexer de um passo medroso, mostrar o que ele devia de fazer. "(11/03/2009-00.14)


Excerto do conto " Manana, Mariana, Naninha ", incluído no livro " Velhas Estórias ", de José Luandino Vieira, Ed. União dos Escritores Angolanos,1989

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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