Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

" Uma geração de jovens americanos tinha saído diferente de cinco gerações prévias da classe média. A nova geração acreditava, mais do que qualquer outra anterior, na tecnologia, mas a geração também acreditava no L.S.D., em bruxas, em saber tribal, na orgia e na revolução. Não tinha qualquer respeito pela implacável lógica da próxima acção: a crença estava reservada para o acontecimento, em que não se sabia o que ia acontecer em seguida; isso é que era bom. O radicalismo deles estava no ódio à autoridade - a autoridade que cobrira o país com aqueles súburbios em que eles abafaram quando crianças, enquanto olhavam para os guardiões da celebridade genial e chata na televisão; o cérebro tinha-lhes sido furado, massacrado, contorcido, explorado e finalmente galvanizado em modos surrealistas do reagir, por meio dos anúncios que interferiam nas narrativas dramáticas, e os pais, que mudavam de estação constantemente, eram forçados, mesmo sem quererem, a construir a sua ideia do espaço-tempo contínuo (e consequentemente o seu sistema nervoso) com os saltos, os estalidos, os pulos e as quebras que todos os fenómenos do meio pareciam conter em si mesmos."


Excerto de " Os Exércitos da Noite ", de Norman Mailer, Trd. Hélio Osvaldo Alves, o original foi publicado em 1969.

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