Esta passou a ser a cidade de Zobaida em que se estabeleceram à espera de que uma noite se repetisse aquela cena. Nenhum deles, nem em sonhos nem acordado, voltou a ver essa mulher. As ruas da cidade eram as mesmas em que eles iam para o trabalho todos os dias, já sem nenhuma relação com a perseguição sonhada. Que de resto já tinha sido esquecida há muito tempo.
Chegaram mais homens de outros países, que haviam tido um sonho como o deles, e na cidade de Zobaida reconheciam algo das ruas do sonho, e mudavam de lugar pórticos e escadas para que se parecessem mais com o caminho da mulher perseguida e para que no ponto em que desaparecera já não tivesse saída.
Os primeiros chegados não compreendiam o que atraía esta gente a Zobaida, a esta feia cidade, a esta ratoeira."
*Capítulo de " As Cidades Invisíveis ", de Italo Calvino, Trd. José Colaço Barreiros, Ed. Biblioteca Sábado,2009
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