Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

" Vivendo no meio da liberdade dos bosques, o índio da América do Norte era miserável, mas não se sentia inferior a ninguém; a partir do momento em que quer penetrar na hierarquia social dos brancos, só pode ocupar o último degrau, pois ingressa pobre e ignorante numa sociedade onde reinam a ciência e a riqueza. Depois de ter levado uma vida agitada, repleta de males e de perigos mas, ao mesmo tempo, de emoções e de grandeza, ele tem de se submeter a uma existência monótona, obscura e degradada. O único resultado que vê desta civilização que tanto enaltecem é o facto de ter de ganhar, com penosos trabalhos e no meio da ignomínia, o pão de que precisa para se alimentar. E nem sempre está seguro de poder alcançar esse objectivo.

Quando os Índios procuram imitar os seus vizinhos europeus e cultivar a terra como eles, ficam imediatamente expostos aos efeitos de uma funesta concorrência. O branco é mestre dos segredos da agricultura. O Índio inicia-se desajeitadamente numa arte que não conhece. Um não experimenta dificuldades em obter grandes colheitas; o outro só com grande dificuldade consegue colher frutos da terra."

Excerto de " Da Democracia na América", de Alexis de Tocqueville, Trd. João Carlos Espada, Ed. Principia

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