«P. Então por que não se dedicam os enfadados ocidentais, saudosos de decisões morais, a mudar o mundo?
R. Receio bem que não estejam interessados. Não temos interesse em nenhuma zona para além da nossa esquina do mundo. Estamos armadilhados na nossa história social. Olhe, eu nem sou capaz de lhe dizer o nome do primeiro-ministro português! E sou supostamente um homem culto. Vimos, na televisão, imagens de pessoas a morrerem à fome no Sudão. Que fazemos? Nada. As nossas atitudes são completamente provincianas. As nossas vidas são controladas. Se sou dentista, ou professor, não vou desistir da minha carreira para ir para África. Somos prisioneiros, embora não o saibamos.»
Excerto de entrevista de Paulo Moura a J.G.Ballard, publicada em 2004 no Público, ler aqui na íntegra no blogue Repórter à solta, de Paulo Moura.
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