Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Agustína Bessa-Luís - " Memórias Laurentinas "








« Há homens sós, mas não há mulheres sós; elas sempre encontram maneira de emparceirar com tudo o que não lhes oferece resistência, inclusive um deus.»


«As mulheres não reconhecem a glória senão nos filhos, nos amantes e nas coisas razoáveis da vida, como a chave de casa e do coração das amigas.»

«Um homem apaixonado, mesmo morto, convence mais do que cem poetas vivos. Digo isto porque os poetas nunca se apaixonam. São pessoas litigiosas e que seguem os caminhos da poesia para sequestrar a admiração dos outros.»

« - As mulheres gostam de quem as sustenta. Mesmo quando são ricas não sabem gastar o que é delas. Só sabem gastar o que é nosso.
- As mulheres gostam de dois tipos de homens: os que as despem e os que as vestem.»

«Os tempos eram rudes, e ainda são. Não me venham dizer que isto só acontece aqui, neste país folião e miserável, que não acontece. A Europa profunda ainda tinha trogloditas há pouco tempo, as crianças dormiam na palha e iam trabalhar aos sete anos. As coisas mudam tragicamente, ou não mudam. A habitualidade funciona como um travão e as leis levam uma eternidade a ser aceites e adequadas ao génio da mendicidade, que é mais poderoso do que se julga. Basta dizer que o génio da mendicidade vive em todo o lado, tanto no palácio como na barraca. Um político que queira ter sucesso tem que servir o génio da mendicidade; da sua camarilha, primeiro, depois dos ricos e do povo em geral. Tem de prometer aos que precisam e aos que não precisam. Tem de dar ou fingir que o fará; tem de viver com a dívida permanente do auxílio que não pode prestar, e lega aos seus sucessores a má-fé desse acordo com o génio da mendicidade que devora a alma do povo e não chega para acudir a todos os desastres que se acumulam sobre a cabeça dos cidadãos.»

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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