«Se tivesse a seu cargo um jovem a quem quisesse estimular para a leitura, o que é que lhe ocorre como estratégia para obter esse resultado?
Adequar o tipo de livro à pessoa em causa. Depois, pôr de parte, até muito tarde, tudo o que é instrumento, estrutura, forma. Tudo isso eu punha em milésimo lugar. No essencial, chamar-lhe a atenção para o sentido, para a narrativa, para a história. É como com o amor - ou o sexo, para ser mais bruto e cru: você sabe que os sentimentos amorosos e sexuais têm, algures, uma composição bioquímica. São uns produtos que se chamam feromonas ou lá o que é que desencadeiam umas operações no cérebro, no hipótalamo, no sistema nervoso, mas não é isso que faz o amor.
Nessas ocasiões não se fala de química.
Você não diz a ninguém: as minhas feromonas e as tuas... Não é isso que conta. O que conta é o sentimento, o ver, o beijar. Isso é que conta. É isso que se deve ir buscar à literatura, não a química.»
Excerto de entrevista de Carlos Vaz Marques a António Barreto, publicada na revista Ler Nrº 78 de Março de 2009
Adequar o tipo de livro à pessoa em causa. Depois, pôr de parte, até muito tarde, tudo o que é instrumento, estrutura, forma. Tudo isso eu punha em milésimo lugar. No essencial, chamar-lhe a atenção para o sentido, para a narrativa, para a história. É como com o amor - ou o sexo, para ser mais bruto e cru: você sabe que os sentimentos amorosos e sexuais têm, algures, uma composição bioquímica. São uns produtos que se chamam feromonas ou lá o que é que desencadeiam umas operações no cérebro, no hipótalamo, no sistema nervoso, mas não é isso que faz o amor.
Nessas ocasiões não se fala de química.
Você não diz a ninguém: as minhas feromonas e as tuas... Não é isso que conta. O que conta é o sentimento, o ver, o beijar. Isso é que conta. É isso que se deve ir buscar à literatura, não a química.»
Excerto de entrevista de Carlos Vaz Marques a António Barreto, publicada na revista Ler Nrº 78 de Março de 2009
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