Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Russ Meyer





O cineasta que combateu o puritanismo.Em vários dos trailers que surgem como material extra, na edição da "Trilogia Vixen", Russ Meyer é várias vezes apelidado de Fellini do campo. Compare-se qualquer filme de Russ Meyer com obras como "Amarcord" ou "A cidade das mulheres" e percebe-se onde está a diferença. E não é só a obsessão comum pelas mulheres de peitos avantajados, para usar um certo eufemismo… É que Russ Meyer nos Estados Unidos, como Federico Fellini em Itália, lutou contra o conservadorismo e o puritanismo, abriu novos horizontes, defendeu a liberdade e foi livre nas suas opções estéticas.As semelhanças talvez se fiquem por aqui, mas já são significativas. No caso de Russ Meyer, a falta de meios, e talvez de grandes talentos como cineasta, foram largamente compensadas pela ousadia, pela frescura, pelo prazer da vida e do acto de filmar. Autor de duas dezenas e meia de filmes, quase todos independentes, Russ Meyer é justamente considerado o mestre da comédia erótica americana, numa época em que tal designação, só por si, era já um escândalo. Títulos como a Trilogia Vixens, ou "Faster, Pussycat! Kill! Kill!", "Beyond the Valley of the Dolls" ou "Up", são hoje filmes de culto um pouco por todo o mundo. Se folhearmos o notável catálogo de filmes em DVD que a Midas Filmes colocou no mercado encontraremos títulos de nomes grandes do cinema como, entre muitos outros, Martin Scorsese, John Cassavetes, John Ford, Abbas Kiarostami, Takeshi Kitano, Emir Kusturica, André Téchiné, Nanni Moretti e… Russ Meyer. O simples facto de figurar ao lado de gente tão ilustre deverá fazer-nos pensar um pouco. Depois de a Play Entertainment nos ter presenteado com uma Edição Especial em dois discos de "O vale das bonecas II", chegou agora ao mercado a 'Trilogia Vixen', composta por "Vixen", "Super Vixens" e "Por baixo do vale das Ultravixens". O primeiro filme tem como personagem central uma jovem insaciável, o segundo coloca em cena um empregado de uma estação de serviço a quem a mulher não dá descanso, enquanto que a trilogia encerra com a cura "evangélica" de um homem que só se consegue satisfazer sexualmente de uma forma que a esposa (Kitten Natividad, um prodígio da natureza) não aprecia muito. JA

Ler entrevista de Kitten Natividad.


Noticia e entrevista, publicadas hoje no Jornal de Noticias

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